Estou ciente de que os dados fornecidos são exclusivamente para cadastro mencionado no formulário. Após finalização, os dados serão armazenados pela Contabs Assessoria Empresarial, de forma segura, apenas com a finalidade de manter histórico de atividades realizadas e sem hipótese de transmissão a terceiros, conforme Lei Nº 13.709 - Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) Para mais informações, você pode visitar nossa Política de Privacidade.
HÁ MAIS DE 33 ANOS NO MERCADO




Ibovespa fecha em leve baixa com Vale e PIB dos EUA, mesmo com disparada de Petrobras


O Ibovespa chega à terceira derrota seguida, com baixa de 0,08%, aos 124.645 pontos, uma perda de apenas 95 pontos, em meio há um dia atribulado, que contou com balanço da Vale (VALE3), reforma tributária, decisão sobre dividendos de Petrobras (PETR4) e PIB dos EUA. Tudo mexeu no principal índice brasileiro e, claro, no dólar comercial, que acabou com alta de 0,28%, a R$ 5,16.

Comecemos pelo PIB dos EUA, que veio desacelerado no 1T24: cresceu 1,6% em termos anualizados, perdendo um pouco de força ante a evolução de 3,4% observada no 4º trimestre do ano passado. Esse desempenho ficou abaixo dos 2,4% esperados pelo consenso LSEG de analistas. Por outro lado, o núcleo da inflação PCE veio acima do esperado e isso tende a manter os economistas pessimistas sobre a possibilidade de o Federal Reserve promover algum corte de juros no curto prazo. O relatório completo do PCE, que é o índice de despesas pessoais, sai nesta sexta-feira (26), mas os dados trimestrais prévios de hoje mostraram aceleração de preços.

Há quem diga que dados mais fortes nos EUA dão tração a uma possível alta adicional de juros pelo Fed. “Os dados têm vindo muito pressionados e a tendência é da inflação medida pela PCE continuar elevada por mais tempo e a desinflação tendendo a demorar mais”, explicou Francisco Nobre, economista da XP, que participou nesta manhã do Morning Call da XP.

Claudia Rodrigues, economista do C6 Bank, destaca que a composição do indicador continuou a mostrar que tanto o consumo das famílias quanto os investimentos permaneceram fortes. “Apesar da economia ter produzido menos no período, o consumo interno continua aquecido nos EUA. Uma possível explicação é a substituição do consumo de produtos feitos internamente por importados, já que o dólar está mais forte globalmente”, explica.

Para Leonardo Costa, economista do ASA Investments, a surpresa de alta no PCE indica resistência no núcleo de inflação, mas ele pondera que ainda não é possível precisar se essa surpresa se deu por conta de revisões do dado em janeiro ou fevereiro, uma vez que a divulgação é trimestral. “Em geral, o PIB tem ritmo mais fraco em consumo e gastos do governo. E, do lado da inflação, há resistência na desaceleração dos núcleos”, afirma, destacando que a chamada “última milha” é difícil de ser alcançada, num cenário pior para a inflação nos EUA.

 

Ibovespa, Nyse e blue chips

Por conta disso, os principais índices em Nova York terminaram a sessão no vermelho, já pessimistas com o que verão amanhã. O sentimento afetou São Paulo, que já tinha seus problemas internos, a bem da verdade.

O principal deles atendeu pelo nome de Vale. A mineradora entregou seu balanço do 1T24 com queda de 9% no lucro e abaixo do esperado. Após uma prévia operacional considerada positiva e já colocada na conta do mercado, os resultados foram considerados mornos, com o aumento dos custos dando o tom dos dados financeiros no período, mas analistas enxergam a empresa descontada. VALE3 acabou o dia com forte queda de 2,11%. Apesar da surpresa negativa nos curtos, a empresa se mantém otimista para 2024.

Ainda no campo dos balanços, Assaí (ASAI3) também despencou, com 3,34%, apesar do lucro acima do consenso. “Esse ano vamos ter um patamar de investimento menor em relação aos anos anteriores. Vamos conseguir e equilibrar o crescimento do Assaí com a desalavancagem”, disse Belmiro Gomes, presidente da empresa, em teleconferência com investidores. E Klabin (KLBN11) perdeu 1,40%, com lucro 64% menor.

Outro assunto que dominou o dia foi, finalmente, a decisão sobre os dividendos de Petrobras. Os acionistas aprovaram em assembleia hoje o pagamento de 50% dos dividendos extraordinários possíveis do exercício de 2023. Esse valor equivale à cerca de R$ 22 bilhões. Com o valor aprovado hoje, de forma extraordinária, a remuneração total dos acionistas da Petrobras, referente a 2023, atinge R$ 94,35 bilhões. A decisão fez PETR4 disparar 2,40%, embora não o suficiente para salvar o Ibovespa.

Já na seara política, enfim o calhamaço da regulamentação da reforma tributária chegou ao Congresso, com regras para cashback, mais de mil produtos com tarifas menores, e cesta básica mais enxuta. Vai começar agora a batalha de negociações, lobbies e acordos. Lira promete tudo para este semestre ainda.

Tá achando pouco? Amanhã, tem mais tensão, com o relatório completo do PCE (inflação de despesas pessoais nos EUA) de março. Prepare-se, porque será preciso. (Fernando Augusto Lopes)

 

Fonte: Info Money